O medo da mudança e os sinais do caminho
Quantas vezes dizemos que gostaríamos de respostas, de sinais, de clareza no caminho, mas
quando os sinais chegam, não sabemos vê-los, nem ouvi-los ou, não os aceitamos. Não é
mesmo? A mudança nos dá medo: temos medo de escolher um caminho diferente e fracassar,
temos medo do julgamento dos nossos familiares e amigos, temos medo de nos descobrir que
não era bem aquilo que gostaríamos, temos medo de seguir caminhos diferentes por parecem
solitários. Eu sei, já estive nesse lugar também! É por isso que decidi que esse seria o primeiro
texto aqui do blog, porque eu precisava te apoiar nesse processo de forma verdadeira: com a
minha própria história – que não tem só flores, nem só espinhos, tem um campo florido com os
dois juntos e misturados!
Deixa eu te falar que a minha verdade não é única, muito pelo contrário, vou te contar o que
aconteceu comigo e as reflexões que tive pelo caminho, mas cada um tem seu trajeto e seu
tempo, tabem? Junto com essa história, vou tentar ir contando algumas coisas da antroposofia
que você pode usar também como reflexão.
A importância de reconhecer o seu ambiente de origem
Não é por acaso que nascemos em determinada família, cidade, país, ano e etc. Esse conjunto
todo tem a ver conosco e com aquilo que precisamos desenvolver enquanto indivíduos. Então é
interessante observarmos qual foi esse ambiente em que crescemos. Quais desafios ele trouxe?
Quais vivências foram proporcionadas? Quais os tipos de conversas, de crenças, de hábitos
permearam sua infância e adolescência? Quais brincadeiras você mais gostava?
No meu caso, algo que chama a atenção com essas perguntas é que eu cresci tendo duas
vivências bem diferentes: uma era totalmente espiritual e a outra era totalmente material. Na
primeira eu presenciava a realidade que o ser humano não é só um corpo físico, tínhamos um
contato muito verdadeiro com o mundo espiritual e com curas que aconteciam também nesse
âmbito. Ou seja, aquilo era parte da minha realidade, eram vivências tão comuns quanto fazer
pão com minha avó e não tinham relação com religião. Na segunda, tinha a experiência de
inteligências fora do comum, mas que se voltavam somente para o que se conseguia ver, palpar,
medir. Eram potências em produção de pesquisa no Brasil e fora dele, que inspiravam diversas
pessoas e tiveram grandes contribuições na vida acadêmica. Então foi assim que cresci, com a
certeza do espiritual e com uma exaltação do conhecimento acadêmico, objetivo e material.
No meu caso, algo que chama a atenção com essas perguntas é que eu cresci tendo duas
vivências bem diferentes: uma era totalmente espiritual e a outra era totalmente material. Na
primeira eu presenciava a realidade que o ser humano não é só um corpo físico, tínhamos um
contato muito verdadeiro com o mundo espiritual e com curas que aconteciam também nesse
âmbito. Ou seja, aquilo era parte da minha realidade, eram vivências tão comuns quanto fazer
pão com minha avó e não tinham relação com religião. Na segunda, tinha a experiência de
inteligências fora do comum, mas que se voltavam somente para o que se conseguia ver, palpar,
medir. Eram potências em produção de pesquisa no Brasil e fora dele, que inspiravam diversas
pessoas e tiveram grandes contribuições na vida acadêmica. Então foi assim que cresci, com a
certeza do espiritual e com uma exaltação do conhecimento acadêmico, objetivo e material.
Parece bobeira, mas isso me acompanhou a vida toda (e até hoje acompanha). Somemos o fato
de que desde 7 anos eu já sabia que queria ser médica. O motivo? Ajudar os outros. Tinha essa
imagem de que as pessoas chegariam pra contar os seus problemas e angustias (vejam, não
eram só doenças, nunca foi só doença) e eu poderia ajudá-los. Então lá fui eu para a faculdade
de medicina, com essa ideia e com a bagagem pessoal que vocês já sabem.
Pausa para outra reflexão antroposófica: vocês já repararam o quanto é difícil sermos nós
mesmos? Que se não estamos muito atentos, acabamos por repetir os padrões familiares, seguir
os caminhos que os pais falaram, até mesmo modos de pensar e no que acreditamos ser o certo.
Pois é, essa luta interna acontece com todos nós e faz parte do nosso desenvolvimento
conseguirmos ter mais clareza sobre quem somos, sobre o que é próprio da gente e aquilo que
estamos herdando dos pais e antepassados. Ter cada vez mais consciência disso, é fundamental
nos tempos atuais e eu sei que você já sentiu essa batalha por ai!
A faculdade de medicina e o distanciamento do ser humano
Claro que comigo ela também aconteceu e o grande primeiro entrave foi bem na faculdade,
quando eu estava mergulhada completamente no conhecimento acadêmico, estudando os
rodapés de livros, sabendo todos os protocolos e diagnósticos (sim, eu era muitooo estudiosa e
baseava meu valor no quanto de conhecimento técnico eu tinha). Naquele momento, percebi que
eu estava cansada, porque estava afastada do ser humano – sabia tudo do corpo, mas não da
pessoa. Então comecei a estudar alguns livros que falavam sobre a saúde relacionada com alma
e espírito. Pronto, primeiro embate interno! As duas verdades – da faculdade e dos livros sutis –
faziam sentido pra mim, mas não se conversam. E eu fiquei confusa e dividida. Segui com meus
estudos, acreditando que não havia algo que unisse diretamente os dois e tentando encontrar
soluções para isso.
Escutar o incômodo interno é o primeiro passo
Novamente chamo a atenção de vocês para algo importante. Gente, todo incomodo interno quer
nos dizer algo! Não ignorem isso! Por mais difícil que seja olhar pra ele, ele é um sinal! Eu tinha
essa inquietação de estar fazendo menos do que eu poderia fazer pelo paciente, porque sabia
que ele era muito mais que um corpo físico e que outros âmbitos também precisavam ser
abordados. Eu ouvia as histórias deles e notava que a doença era diferente para cada um,
mesmo que fosse o mesmo diagnóstico. Mas eu tentava abafar o que meu coração pedia, para
me encaixar no que era esperado de uma médica – quantos de nós não abriram mão de si para
se encaixar no padrão, não é mesmo?!
Meu encontro com a medicina antroposófica
Mas ai a vida/Deus/universo se encarrega de nos colocar no caminho. Cheguei em um momento
de exaustão e desconexão imensa entre o que eu acreditava e o que estava fazendo, que acordei
para o fato de que precisava de ajuda! Fui para a terapia e ali, falando sobre o que eu idealizava
como cuidado médico, descobri que esse ideal já existia – era a Antroposofia. Nesse meio tempo
estava buscando várias opções ( fiz formação em Reiki, Thetahealing, Astrologia e conheci
diversas outras sabedorias), mas nenhuma delas realmente unia ciência natural com o
conhecimento espiritual do jeito que eu esperava. Foi na Antroposofia que encontrei essa união e
que me deu segurança de que eu poderia fazer ciência, sem abdicar do espiritual ou do
acadêmico. Hoje, tenho a imensa oportunidade de trabalhar com a verdade que acredito e ver os
resultados maravilhosos que ela traz! Tenho a honra de ajudar meus pacientes a se curarem e
além disso, se desenvolverem como seres humanos. Posso orientá-los sobre todos os âmbitos
da vida e oferecer ferramentas para apoiá-los no processo. Sou grata por ter superado o
incômodo e ido atrás do que era um ideal.
Autenticidade é um caminho corajoso, mas possível
Contando assim parece que foi simples neh?! Mas a verdade é que precisei ter muita coragem
para romper com os padrões médicos e seguir aquilo que fazia sentido pra mim. Fazer diferente
nunca é fácil. Precisamos ter muita força para escolher a autenticidade. Acredite, sempre que
você olhar alguém que descobriu novos caminhos, que foi revolucionário, inovador e que agora é
reconhecido, ele passou por esse momento de dúvida se faria aquilo ou não. Então você não
está sozinha (o) nessa! Fazer o que está no nosso coração é maravilhoso, mas provavelmente
também será desafiador. O que posso te garantir é que ninguém traz no coração uma tarefa, um
sonho, um ideal que não é capaz de alcançar. Se está no seu coração, se você ouve o chamado,
é porque você é capaz de atendê-lo! Eu desejo que você o atenda, porque o mundo precisa do
que só você tem a oferecer! Honro sua individualidade e sua potência espiritual!
Se esse conteúdo fez sentido pra você, compartilhe com alguém que também possa se beneficiar dessa reflexão.
Nos vemos no próximo texto!
— Mariana Abboud Azoubel